Rio Ave

O rio Ave nasce na serra da Cabreira, concelho de Vieira do Minho, a cerca de 1200 metros de altitude e desagua em Vila do Conde, no oceano Atlântico, após um percurso de 91 quilómetros.

De acordo com a lenda, na origem do rio Ave estará uma bela e triste história de amor que envolve um cavaleiro e uma jovem cabreira, que “(…) Chorou tanto, tanto, que o caudal das suas lágrimas se transformou depois num rio e esse rio foi banhar a terra daquele que a abandonara – Vila do Conde. E o bom povo quis perpetuar para sempre, com toda a justiça, o amor desditoso da moça pastora. Por isso, deu à serra onde ela vivera a sua grande paixão o nome de Serra da Cabreira e, já que ela queria ser ave e voar, passou a chamar ao rio de Vila do Conde Rio Ave...”.

A serra da Cabreira divide o Minho de Trás-os-Montes e o rio Ave divide o Arcebispado de Braga do Bispado do Porto.

No concelho de Vila do Conde são vários os pontos de interesse nas margens do rio. A ligar as freguesias de Bagunte e Macieira da Maia encontramos a Ponte Dom Zameiro ou Ponte d’Ave, construção medieval e, como local de passagem a caminho de Santiago de Compostela, são muitos os peregrinos que ainda hoje a cruzam. Na freguesia da Junqueira, junto ao rio, encontramos o lugar da Espinheira, que convida ao descanso. Em Retorta, outra freguesia banhada pelo rio Ave, sobressai uma imponente construção, propriedade que foi da Companhia Rio Ave. Já próximo da foz, na freguesia de Azurara, encontramos uma azenha quinhentista.

O rio é navegável na foz, tendo um estuário com cerca de 2 quilómetros de extensão. Daí para norte tem açudes que impossibilitam a navegação. Assim, na foz, na margem direita, encontramos um pequeno porto para embarcações de recreio e um porto de abrigo onde, durante a manhã, se pode observar a chegada dos barcos de pesca artesanal e comprar o peixe fresco que todos os dias chega a Vila do Conde. Na margem esquerda encontramos os maiores estaleiros portugueses de construção naval em madeira e um dos maiores da Europa. Entre o açude e a foz, o rio possibilita a prática de desportos náuticos (remo, canoagem, SUP, entre outros) e a pesca desportiva.

Para acompanhar o rio até à foz, pode percorrer a Ciclovia da Marginal do Ave e, chegando ao imponente Mosteiro de Santa Clara, pode continuar por um dos percursos mais pitorescos de Vila do Conde, a zona ribeirinha.